Todo final e início de ano, especialistas em tendências e futuristas fazem suas previsões sobre o que vai ser destaque no ano seguinte.
2024 o destaque foi Inteligência Artificial e deve seguir assim por muitos anos, porque é uma tecnologia com muito espaço para evolução porque ainda não atingimos o ápice do uso no mundo corporativo.
Mas, fugindo um pouco do lugar comum quero destacar algo que impacta diretamente as empresas, especialmente as tradicionais que precisam se manter atentas a um mercado em constante transformação.
Muito se fala nos ecossistemas de inovação, que tem como foco gerar conexões entre diversos atores, em especial startups, empresas tradicionais e organizações que promovem estas conexões como Acate, Distrito, ANPROTEC, Comunidade Open Innovation BR, e centenas de outras espalhadas por todo o Brasil, que realizam um trabalho sensacional.
Mas a construção de Ecossistemas de Negócios de empresas tradicionais no Brasil, tem sido privilégio de poucas empresas, normalmente as de grande porte, com times com alta maturidade digital e com capacidade de investimento acima da média.
Mas porque as demais, médias e grandes empresas, que possuem essa mesma capacidade de investimento ainda não colocaram na pauta dos seus principais executivos e conselhos?
A resposta é simples e ao mesmo tempo complexa. Não pretendo esgotar este tema num único artigo, mas sim numa série que tenho certeza que você irá gostar de acompanhar.
Um Ecossistemas de Negócios muitas vezes é confundindo com parcerias de negócios.
São dois momentos bem distintos e pretendo debater este tema com os assinantes da minha newsletter, com o objetivo de trazer uma luz mais clara e objetiva a estas possibilidades.
Além do debate aqui neste espaço do LinkedIn e no site do ITD, criei uma comunidade exclusiva para seguir debatendo este tema. Quer participar desta comunidade? Entre em contato comigo no e-mail e/ou whats no final deste artigo e receba muuuitos insights transformadores exclusivos.
O que é parceria de negócios?
Parcerias são alianças estratégicas formadas entre duas ou mais empresas com o objetivo de alcançar metas específicas e compartilhadas. Essas alianças podem ser de curto ou médio prazo e geralmente focam em projetos ou iniciativas pontuais.
Características de Parcerias de Negócios:
Objetivo Específico: Parcerias são muitas vezes formadas com um objetivo claro e definido, como desenvolvimento de um produto conjunto (COLLAB, por exemplo), acesso a novos mercados ou compartilhamento de recursos (campanhas pontuais específicas).
Interação Bilateral: Normalmente, uma parceria envolve uma interação direta e específica entre as partes envolvidas, com responsabilidades e benefícios claramente delineados.
Contrato ou Acordo Formal: É comum que parcerias sejam formalizadas por meio de contratos que detalham os termos e condições da colaboração.
Dependência Mútua: Ambas as partes dependem uma da outra para alcançar o objetivo comum, mas essa dependência pode ser limitada ao escopo da parceria.
O que é um Ecossistema de Negócios?
Um ecossistema de negócios é uma rede complexa e interconectada de diversas organizações, que podem incluir empresas de segmentos diversos, que colaboram e coevoluem para criar valor agregado para os mercados que atuam separadamente.
Características de um Ecossistema de Negócios:
Colaboração Multilateral: Diferente das parcerias, os ecossistemas envolvem múltiplas partes interessadas que interagem de maneira contínua e dinâmica, criando um ambiente de inovação colaborativa que se complementam.
Interdependência: As relações dentro de um ecossistema são caracterizadas pela interdependência entre seus membros, onde o sucesso de um participante pode influenciar diretamente o sucesso dos demais.
Cocriação de Valor: Em um ecossistema, o valor é cocriado através da colaboração e inovação conjunta. Os participantes compartilham conhecimento, recursos e capacidades para alcançar objetivos comuns e gerar benefícios mútuos de forma duradoura.
Evolução Contínua: Ecossistemas são dinâmicos e estão em constante evolução, adaptando-se às mudanças do mercado e às inovações tecnológicas.
Foco em Sustentabilidade e Crescimento: Ao contrário das parcerias que podem ter objetivos de curto prazo, os ecossistemas de negócios são construídos com uma visão de longo prazo, focada na sustentabilidade do negócio e no crescimento contínuo.
Em resumo, enquanto as parcerias são alianças específicas e na maioria das vezes temporárias para atingir determinados objetivos concretos e pontuais, os ecossistemas de negócios são redes abrangentes e dinâmicas de colaboração contínua, focadas na cocriação de valor e no desenvolvimento sustentável de todos os seus membros.
Entendo que uma empresa é um organismo vivo assim como o ser humano e por este motivo gosto de fazer este tipo de comparação e analogia, para facilitar o entendimento.
Uma pessoa quando sente uma dor ou sintoma qualquer, procura um médico que orienta um tratamento pontual para solucionar aquele problema e/ou doença. Este é o exemplo típico de uma parceria corporativa: buscar uma aliança para resolver um problema pontual.
Já quando o sintoma reflete uma doença crônica, na linguagem médica, o paciente precisa buscar um tratamento permanente. É o caso dos Ecossistemas de Negócios de empresas tradicionais, que se conectam para se desenvolverem e atender demandas que não fazem parte do seu core business principal.
Acredito que essa comparação tenha esclarecido as principais diferenças entre parcerias e ecossistemas de negócios, destacando a importância de cada um no contexto da transformação dos negócios.
Mas a dúvida que persiste na mente dos empresários de empresas tradicionais é o que fazer:
Construir um Ecossistema de Negócios?
Fazer parte de um já existente?
Antes de tudo é importante entender quais os elementos fundamentais para um Ecossistema de Negócios que permita não só o crescimento do negócio atual, mas que conecte as empresas participantes a outras oportunidades de negócios, complementares ou não.
1. Cultura de Colaboração:
Alinhamento de Valores: É essencial que todas as empresas e participantes compartilhem valores e objetivos comuns, promovendo uma cultura de cooperação e confiança mútua.
Comunicação Aberta: Mecanismos eficazes de comunicação e troca de informações devem ser estabelecidos para facilitar a colaboração e a cocriação de valor.
2. Diversidade de Participantes
Variedade de Stakeholders: Um ecossistema robusto inclui uma diversidade de participantes, como startups que possam agregar novas soluções para os desafios dos demais participantes do Ecossistema, empresas de diversos segmentos, que possam complementar as demandas dos demais participantes, centros de pesquisa, entre outros, cada um trazendo perspectivas e competências únicas.
Complementariedade de Capacidades: A diversidade deve ser complementada por habilidades e recursos complementares entre os participantes, criando um ambiente rico e multifacetado.
3. Inovação e Adaptabilidade
Incentivo à Inovação: Incentivar a inovação contínua através de programas de incubação, aceleração e financiamento de iniciativas disruptivas, que atendam a todos.
Adaptabilidade às Mudanças: Estar preparado para se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e às novas tecnologias, garantindo a relevância e a sustentabilidade do ecossistema.
4. Infraestrutura e Recursos
Recursos Tecnológicos: Prover infraestrutura tecnológica avançada, como plataformas digitais, ferramentas de colaboração e infraestrutura de TI robusta.
Recursos Financeiros e Humanos: Disponibilizar acesso a financiamentos, investimentos e capital humano qualificado que possam apoiar o crescimento e a inovação dentro do ecossistema.
5. Governança Eficiente
Estrutura de Governança Clara: Definir uma estrutura de governança que promova a transparência, a responsabilidade e a tomada de decisões colaborativa.
Gestão do Ecossistema: Ter uma equipe de gestão dedicada que coordene as atividades, promova a integração dos participantes e monitore o desempenho do ecossistema.
6. Foco no Valor Compartilhado
Cocriação de Valor: O sucesso do ecossistema depende da capacidade de criar valor compartilhado para todos os participantes, através da colaboração e da inovação conjunta.
Benefícios Mútuos: Garantir que todos os membros do ecossistema se beneficiem das iniciativas, criando um ciclo virtuoso de crescimento e sustentabilidade.
7. Conexões e Networking
Plataformas de Conexão: Utilizar eventos, conferências e plataformas digitais para promover a interação e a construção de redes entre os participantes do ecossistema.
Networking Internacional: Expandir as conexões além das fronteiras nacionais, promovendo a colaboração global e o intercâmbio de melhores práticas.
8. Sustentabilidade e Responsabilidade Social
Compromisso com a Sustentabilidade: Integrar práticas sustentáveis em todas as iniciativas do ecossistema, promovendo um desenvolvimento econômico, social e ambiental equilibrado para todos participantes.
Responsabilidade Social: Promover iniciativas que contribuam para o bem-estar da sociedade, garantindo que a inovação e a transformação digital tenham um impacto positivo, a partir das ações do Ecossistema.
9. Expansão dos Negócios
Escalabilidade: Desenvolver estratégias e recursos que permitam a escalabilidade das iniciativas de transformação digital, possibilitando o crescimento dos negócios de maneira inovadora e sustentável.
Exploração de Novos Mercados: Identificar e explorar novos mercados e oportunidades, ampliando o alcance e o impacto das inovações dentro do ecossistema.
10. Comunicação
Transparência e Clareza: Garantir que todas as informações e objetivos do ecossistema sejam comunicados de maneira clara e transparente para todos os participantes.
Engajamento Ativo: Promover uma comunicação ativa e engajadora, utilizando diversas plataformas e canais para manter todos os membros informados e envolvidos nas atividades do ecossistema.
Esses elementos chave ajudam a criar um ecossistema de negócios bem-sucedido, onde empresas tradicionais podem se adaptar e prosperar na era digital, aproveitando ao máximo as oportunidades que surgem da colaboração e da inovação contínua.
Nas próximas semanas vou abordar segmentos específicos como Indústria tradicional, Varejo e o universo das cooperativas, que na sua essência já atuam originalmente como “Ecossistema”, mas que pode explorar ainda mais as novas possibilidades que um Ecossistema de Negócios num estágio 2.0 pode oferecer.
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