No final de 2024 escrevi um artigo sobre Tendências para 2025, fugindo do lugar comum, onde todo mundo só quer falar do pão quente...ops, sobre Inteligência Artificial.
Claro que é o assunto do momento, mas falar de IA não é mais propriamente uma tendência de futuro, né? E ninguém vai errar em apontar que a IA será pauta de 100% do mercado.
Mas retornando ao título principal - Ecossistemas de Negócios para empresas tradicionais – quero falar sobre NEGÓCIOS. E Negócios para empresas tradicionais passa obrigatoriamente por entender como funciona este mundo em constante transformação.
Alguns gurus dizem que é um novo mundo. Eu não concordo. O mundo dos negócios continua o mesmo. o que está mudando são os modelos de negócios.
No artigo anterior (se você não leu, acesse no final desta página, abordei sobre características e modelos de Ecossistemas de Negócios, inclusive diferenciando parcerias de negócios e ecossistemas e agora, vamos aprofundar esta questão de uma forma prática, para que todos possam iniciar sua jornada de construção e/ou participação em um Ecossistema de Negócios de forma consistente.
Detalhe importante: Não confunda Ecossistemas de Inovação com Ecossistemas de Negócios.
A Transformação Digital mudou o eixo do Poder no mundo dos negócios.
Antes eram as empresas que definiam as regras do jogo, principalmente como, quando e onde (1) se comunicar com o mercado.
(1) Leia-se Controle/comando
Hoje, o consumidor com muita informação acessível 24hs do dia e na maioria das vezes até com curadoria/análises de especialistas de graça, sobre qualquer produto/serviço é quem determina como, quando e onde (2) ele quer receber comunicação das marcas.
(2) Que promovam experiências enriquecedoras e inesquecíveis, pois do contrário ele troca de marca sem olhar pra trás.
Desde a Revolução a Vapor, lá pelos anos 1760 até os anos 2.000, as empresas é quem definiam o momento de fazer (suas) revoluções, evoluções, ou o nome que você quiser dar aos ciclos que ocorriam a cada 100 anos e a partir dos anos 1950, passaram a serem ciclos mais curtos de 20 em 20 anos, mostrando que o mundo dos negócios estava começando a acelerar.
O ciclo da transformação digital, iniciado por volta de 2015, foi o único na história da humanidade que não nasceu a partir de uma decisão de dentro das empresas e sim, a partir das mãos e mente do consumidor. E é isso que deixa todo líder empresarial de cabelo em pé, porque não depende mais dele a decisão final.
Tanto isso é verdade que os três principais elementos de uma jornada de transformação digital são:
1. Experiência do Consumidor,
2. Processos
3. Novos modelos de negócios
Estes três elementos tem muito a ver com as decisões dos consumidores, como expliquei acima.
Mas o que isso tem a ver com Ecossistemas de Negócios?
Tudo! Porque?
Porque se antes as empresas só se preocupavam com seu core business, a partir do início deste ciclo, necessitaram entender melhor como atender as expectativas reais dos seus consumidores que não aceitavam mais produtos/serviços impostos pela indústria.
Se antes a indústria se preocupava somente em fabricar, porque alguém era responsável pela distribuição e na ponta alguém vendia (o varejo), a partir do inicio do ciclo de transformação digital, e ainda mais acentuado a partir da pandemia, a alternativa de sobrevivência e evolução passava obrigatoriamente por criar conexões mais poderosas do que as antigas “parcerias de negócios”.
Os elos da corrente do mundo dos negócios que antes eram simples conexões de parcerias operacionais onde cada um tinha sua responsabilidade específica, agora esta corrente passou a exigir uma interconexão estratégica muito mais complexa.
E estar em um ou construir um Ecossistema de Negócios, que como expliquei no artigo anterior, é muito mais dinâmico e exigente, e quem se habilitar a construir um, precisa ter um conhecimento profundo do mercado e não mais só do seu próprio negócio.
Construir e/ou participar de um Ecossistema de Negócios exige não só tecnologia, como num modelo de parceria tradicional, para conectar sistemas, mas sim uma cultura organizacional colaborativa e processos muito bem construídos, para que a jornada de negócios não sofra interrupções que prejudiquem todo o Ecossistema.
A Estratégia deixa de ser exclusiva de um elo só, como no modelo de parcerias para se tomar A Estratégia dos participantes do Ecossistema, pois estratégias discordantes farão este Ecossistema de Negócios ruir. Vejo isso acontecer todos os dias com Ecossistemas que a primeira vista parecem ter tudo para dar certo, mas em determinado momento começam a ruir.
Se num modelo de parceria, uma indústria tem problemas com a logística, por exemplo, ela simplesmente cobra do parceiro fornecedor a solução para reduzir os prejuízos. E todos nós sabemos que neste caso, existem mil explicações e transferências de responsabilidades de todos os lados. Lembra que 99,9% das empresas são verticalizadas e departamentalizada. Mas isso é assunto para outra newsletter, ou quem sabe para um café virtual/presencial, para falarmos de negócios?
Já num Ecossistema de Negócios, o prejuízo é de todos. Ou seja, não se busca uma solução para um problema causado por outra empresa, e sim o problema é responsabilidade de todos os envolvidos.
Simples? Claro que não.
Porque neste caso estamos falando de Lideranças atuando de forma colaborativa e de Governança compartilhada e não somente de um acordo operacional entre parceiros de negócios. E falar de governança compartilhada leva a jornada para um outro patamar de maturidade digital de todas as organizações que fazem parte de um Ecossistema.
E eu ainda nem falei de Governança de Dados. Mas isso fica para as próximas newsletters.
Nas próximas semanas vou abordar segmentos específicos como Indústria tradicional, Varejo e o universo das cooperativas, que na sua essência já atuam originalmente como “Ecossistema”, mas que pode explorar ainda mais as novas possibilidades que um Ecossistema de Negócios num estágio 2.0 pode oferecer.
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Vamos tomar um café (presencial ou virtual) para entender melhor como posso colaborar com a TRANSFORMAÇÃO dos negócios da sua organização, seja como consultor, mentor, conselheiro, CMO ou outras formas de atuação?
Quem sou eu?
Sou um Líder do Pensamento sobre Transformação de Negócios para empresas tradicionais, atuando com desenvolvimento de Ecossistemas de Negócios há 30 anos.
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